sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
QUANDO OS AMANTES DORMEM
QUANDO OS AMANTES DORMEM
Quando as pessoas se amam e
querem se amar,
selam um pacto:
dormir juntas.
E quando se fala "dormir juntos" o
sentido é duplo:
Significa primeiro amar acordado
em plena vigília da carne, mas,
depois,
na lassidão do pós-gozo,
deixar os corpos lado a lado,
à deriva, dormindo, talvez.
Na verdade, os amantes, quando
são amantes mesmo,
mesmo
enquanto dormem se amam.
Agora ouço esses versos de Aragano cantados por
Ferraz:
"Durante o tempo que você quiser
Nós dormiremos juntos".
E penso. É um projeto de vida, dormir juntos, continuamente.
A mesma ambiguidade: dormir/amar
juntos,
dormir/acordar juntos, ou
então, dormir/morrer de amor juntos.
Deve ser por causa disto que os franceses chamam o orgasmo de "pequena morte".
Deve ser por isto que os amantes julgam poder
continuar amando mesmo
através da morte,
como Inês
de Castro e D. Pedro, que foram
sepultados um diante do outro,
para
que no dia do reencontro um
seja o primeiro que o outro
veja.
Amor: um projeto de vida, um projeto
de morte.
Se numa noite dessas o vento da insônia soprar em suas frestas,
repare no
corpo dormindo despojado ao seu lado.
Ver o outro dormir é negócio de muita responsabilidade.
Mais que ver as águas de um rio
represado gerando uma usina de sonhos,
é ver uma semente na noite pedindo um guardião.
Pode ser banal, mas é isto: amar é ser
o guardião do sonho alheio.
Os surrealistas diziam: o poeta enquanto dorme trabalha.
Pois os amantes enquanto dormem,
se amam.
Se amam inconscientemente, quando
seus desejos enlaçam raízes e seivas.
O pé de um toca o pé do outro,
a mão espalmada corre sobre o lençol e toca
o corpo alheio e,
dormindo,
se abraçam animados.
Quando isso ocorre, pode ter vários significados.
Talvez um tenha lançado um apelo
silencioso ao outro:
"Ajude-me a atravessar esse sonho",
ou:
"Venha, sonhe esse sonho comigo,
é bonito demais".
E o outro, às vezes, sem se mexer,
parte em seu socorro.
É que certos sonhos, sobretudo os de
quem ama, não cabem num só corpo.
Transbordam os poros da noite e
pedem cumplicidade.
E se há um pesadelo, aí um se agarra
ao tronco do outro na crispação
do instante,
e o corpo do parceiro é
bóia na escuridão.
Por isto, no ritual do casamento,
quando o sacerdote indaga se os que
se amam sabem que terão que
se
socorrer na saúde e na doença, na
opulência e na miséria etc...
Deveria se inserir um tópico a mais
e advertir:
...
Amar é ser cúmplice do sonho alheio.
Passar a metade da vida dormindo a
o lado do outro.
Há pessoas que vivem
25 anos -
bodas de prata,
50 anos - bodas de ouro, 75 anos -
bodas de diamante;
Ao lado do outro, e não sabem com
que o outro sonha.
E há quem passe uma tarde,
uma
noite ou uma temporada ao lado de
um corpo
e sabe seus sonhos
para sempre.
Engana-se quem escuta o silêncio
no quarto dos que amam.
Estranhos rumores percorrem o
sonho alheio.
Não é o rugir do tigre pelas brenhas.
Não é o bater das ondas na enseada.
Nem os pássaros perfurando
a madrugada.
São os sonhos dos amantes em plena elaboração.
E se numa noite dessas o vento da
insônia de novo soprar em suas
frestas,
olhe pela janela os muitos apartamentos
onde pulsam dormindo
os amorosos.
Quando se compra um apartamento
novo,
nas alturas, alguns compram
lunetas e ficam vasculhando a vida
alheia.
Mas para ouvir o ruído dos sonhos
basta abrir os ouvidos na escuridão.
Os sonhos pulsam na madrugada.
Era uma vez um chinês que toda vez
que sonhava com sua amada
acordava perfumado.
Deve ser por isso que, ainda hoje,
o quarto dos amantes amanhece
com um perfume de almíscar, lavanda
e alfazema.
E é comum achar troféus dos sonhos
ao pé da cama de quem ama.
Quando se abre a pálpebra do dia,
aí pode-se ver um unicórnio de ouro
e uma coroas de rubis.
À noite os sonhos dos amantes
se cristalizam
e de dia se liquefazem em beijos e lágrimas.
Quem ama diz boa-noite como quem abre/fecha a porta de um jardim.
Não apenas como quem viaja, mas
como quem vai para a colheita.
Quando se ama, acontece de um
habitar o sonho do outro,
e fecundá-lo.
(Autoria: Affonso Romano de Sant'Anna)
QUANDO FILHO MEU QUANDO
QUANDO FILHO MEU
QUANDO
nas horas de íntimo desgosto,
o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos
Busca-Me: Eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;
QUANDO
te julgares incompreendido pelos
que te circundam e vires que em torno a indiferença recrudesce, acerca-te de
Mim: eu sou a LUZ,sob cujos raios se
clarão a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos;
QUANDO
se te extinguir o ânimo,as vicissitudes da vida
e te achares na eminência de desfalecer,
chama-Me: Eu sou a força capaz de remover-te as pedras
dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do mundo;
QUANDO,
inclementes,te açoitarem os vendavais da sorte
e já não souberes onde reclinar a cabeça,
corre para junto de Mim: Eu sou o REFÚGIO,em cujo seio encontrarás
guarida para o teu corpo e tranqüilidade para o teu espírito;
QUANDO
te faltar acalma,
nos momentos de maior aflição,
e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito,
invoca-Me: Eu sou a PACIÊNCIA que te faz vencer
os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis;
QUANDO
te abateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada
pelos abrolhos dos caminhos,grita por Mim:Eu sou o
BÁLSAMO que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;
QUANDO
o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes
que já ninguém pode inspirar-te confiança,vem a
Mim: Eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder
à fraqueza de tuas atitudes e à exelsitude de teus ideais;
QUANDO
a tristeza e a melancolia te povoarem o coração
e tudo te causar aborrecimento,clama por
Mim:Eu sou a ALEGRIA,que te insufla um alento novo
e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;
QUANDO,
um a um,te fenecerem os ideais mais belos
e te sentires no auge do desespero, apela para
Mim:Eu sou a ESPERANÇA,que te robustece a fé e acalenta os sonhos;
QUANDO
a impiedade se recusar a relevar-te
as faltas e experimentares a dureza do coração humano,
procura-Me: eu sou o PERDÃO, que te eleva o ânimo
e promove a reabilitação de teu espírito;
QUANDO
duvidares de tudo,até de tuas próprias convicções,
e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim:Eu sou a
CRENÇA,que te inunda de luz o entendimento
e te reabilita para a conquista da felicidade;
QUANDO
já não aprovares a sublimidade de uma afeição sincera
e te desiludires do sentimento de seu semelhante,
aproxima-te de Mim:Eu sou a RENÚNCIA,
que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens
e a esquecer a incompreensão do mundo;
QUANDO,
enfim,quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura
e ao pássaro que canta,à flor que desabrocha
e à estrela que cintila,ao moço que espera e ao velho que recorda.
Eu sou a dinâmica da Vida e a harmonia da
Natureza;chamo-me AMOR, o remédio para todos
os males que te atormentam o espírito.
Estende-Me,pois,a tua mão...alma filha de minha alma que eu te conduzirei,
numa seqüência de êxtases e deslumbramentos,
às serenas mansões do infinito,sob a luz brilhante da ETERNIDADE.
(Rubens Romanelli)
Quem Eu Sou?
Quem Eu Sou?
Querem saber como vivo?
Lhes direi...
Vivo do vento que me mantém lúcida
e acordada para que eu não adormeça na caminhada.
Vivo do mar que me limpa do cansaço
da luta e me recompõe para que eu continue.
Vivo das cores que me ensinam os remédios
e os alimentos para que eu sobreviva forte para trabalhar.
Vivo da riqueza do meu melhor esforço, meu amor.
Planto-o por onde passo, não perco
nem mesmo a terra de um vaso quebrado,
pois ali a semente germina.
E sou feliz assim.
Sou simples, pois preciso de pouco.
Sou calma, pois aprendi a esperar.
Tudo vem.
E o campo arado e adubado produz
coisas melhores, que valem a pena ser
preservadas.
Falo pouco, pois optei por grandes ocupações,
como um trabalho escolhido de ouvir
e por isso não me sobra tempo para as palavras.
Penso muito, mas corretamente.
Desejo só o necessário, ocupo pouco espaço
e por isso não sofro por possuir. Sou feliz,
sou abençoada, sou reconfortada e apreciada.
Querem saber quem sou eu,
já que sabem como vivo?
Eu sou " A Paz "
Assinar:
Postagens (Atom)